[MÚSICA] Olá a todos. Aqui quem fala é o professor George Sales, eu sou professor aqui da FIA, dos cursos de graduação e pós-graduação. E neste módulo nós vamos ver os instrumentos de renda fixa e os tÃtulos emitidos pelo governo federal. Vamos começar pelas letras do Tesouro Nacional, que são tÃtulos prefixados. Então, a gente tem até uma opção de investir como tesouro pré. Bom, o que são os tÃtulos públicos? É o endividamento feito pelo Tesouro Nacional que emite dÃvida e capta dinheiro para si. Esses tÃtulos emitidos eles tem uma promessa de pagamento de juros futuro, basicamente. Então, quem compra esses tÃtulos está investindo no governo. Seria essa a premissa básica. E por que o governo levanta dinheiro? O governo levanta dinheiro, porque ele tem seus dispêndios, ele tem seus gastos, seus gastos correntes que precisam ser suprimidos, à s vezes quando tem déficit orçamentário, ou quando o governo quer fazer investimento de capital para alguns projetos, como a gente vê à s vezes o governo desenvolvendo o paÃs fazendo algum projeto de envergadura. Bom, e esses tÃtulos também servem para fazer rolagem de dÃvida do governo. Então, se o governo está devendo dinheiro e vai vencer uma série de tÃtulos ele pode emitir outra série de tÃtulos com data de vencimento mais para a frente e com o dinheiro que entra quita os tÃtulos que estão vencendo. Então, a gente fala que isso é uma rolagem de dÃvida. Os tÃtulos emitidos eles são tÃtulos nominativos, ou seja, tem propriedade do tÃtulo, tem o registro para si. Então, os tÃtulos eles são emitidos contra alguém. Eles são escriturais, então a escrituração dele é feita dentro do sistema especial de liquidação e custódia, o sistema SELIC, e esses tÃtulos eles são negociáveis. Então existe a possibilidade do investidor que adquiriu esse tÃtulo negociar com outro investidor, porque também não é toda hora que o governo lança tÃtulo no mercado. A frequência da emissão de tÃtulos para captação de dinheiro depende da programação orçamentária do governo. Então, os tÃtulos não são emitidos também, o endividamento do governo também não é feito toda hora, tem uma regra para isso, tem controle e o Ministério da Economia é o agente principal para verificar esse tipo de condição. Bom, mas vamos lá no primeiro tÃtulo, que são as letras do Tesouro Nacional, que são os tÃtulos pré-fixados. Esses tÃtulos eles têm valor de vencimento de mil reais e eles são vendidos a valor presente, ou seja, no vencimento o tÃtulo vale mil reais, no valor presente ele tem que ser descontado de forma racional para valor presente que justifique a aquisição. Ou seja, vai ser embutido dentro desse tÃtulo uma taxa de juros. Então vamos supor que você está adquirindo tÃtulo com vencimento para daqui a cinco anos e você compra ele por R$700 hoje. Obviamente que nesse perÃodo de tempo tem acréscimo. Esse acréscimo que vai ter até o vencimento é o juros. Então, basicamente, tÃtulo é adquirido dessa forma, o valor nominal de face fazendo o desconto a valor presente. Esse valor presente a gente dá o nome de preço unitário, PU do papel. Então, o PU do papel é o valor presente de negociação no mercado e o valor de face é o valor nominal de mil reais no vencimento. Então, você compra múltiplos desse, você comprar tÃtulo, 2 tÃtulos, 3 tÃtulos, 4 tÃtulos. Enfim, você vai comprar múltiplos desses tÃtulos para fazer o seu investimento. Interessante saber que esses tÃtulos eles consideram dias úteis, então, a base de cálculo dele pressupõe a contagem de dias úteis. E dias úteis, ano útil tem como padrão 252 dias, porque a gente desconta sábado e domingo, enfim. Então trazendo a quantidade de dias de ano de 365 vira 252, ano padronizado. Mas e ano bissexto? Não, é 252 sempre. Eu dou exemplo para vocês. Imagina uma letra do Tesouro Nacional com valor de face, valor no vencimento de mil reais e que foi vendida a uma taxa de 9,80 ao ano. Sabe-se que decorreram 84 dias úteis entre a data de liquidação, que é a data da aquisição aqui e a data do vencimento. Bom, a que valor, a que preço aproximado ele foi negociado? Bom, considere nesse exercÃcio que ano tem 252 dias úteis. Bom, você vai trazer a valor presente, então preço unitário vai ser igual o valor de face dividido por mais a taxa de negociação, elevado ao tempo dias úteis, anualizado dias úteis. Então, você vai fazer o preço unitário, vai ser mil dividido por mais a taxa, que é 0,98, tem que tirar do percentual, não se esqueça, elevado a 84 dias úteis de 252. Então você anualizou esses 84 dias, vai dar zero vÃrgula alguma coisa de ano. E esse vai ser o expoente. Quando você faz esse cálculo você descobre que você comprou o papel por 969,32 centavos. E você vai receber no vencimento mil reais. É assim que funciona. Então esse é o procedimento feito com os papéis prefixados. Agora outro exemplo. Supondo que uma taxa de mercado para uma letra do Tesouro Nacional de 350 dias úteis seja de 7,3542% ao ano, aà no caso ano útil. Qual será o preço da PU do papel? Ou seja, qual é o valor presente desse papel? Fazendo o mesmo cálculo, que o valor de face é sempre mil, o valor de face é múltiplo de mil mesmo, você vai descontar a valor presente. Então você divide por 1,073542, que é a taxa, elevado a 350 de 252 dias úteis. Ou seja, dá ano vÃrgula alguma coisa de ano útil. O papel então ele é adquirido por R$906,14 centavos e no vencimento você recebe mil do governo. Então você entrega R$ 906 hoje e 340 dias úteis depois o governo te devolve mil. É assim que funciona. A gente vai ver mais para frente que tem tributação nessa história. Por enquanto eu estou fazendo os valores de forma bruta para a gente ter uma ideia do cálculo. Agora outro exemplo. Uma instituição financeira aquiriu via leilão lote pelo PU de 890,35 e o prazo da letra do Tesouro Nacional é para 167 dias úteis. E aà a gente pergunta, qual é a taxa efetiva no perÃodo? Bom, a taxa efetiva no perÃodo vai ser a comparação entre o valor final e o valor inicial e aà você vai descobrir o rendimento. Então o valor final dividido pelo valor inicial, menos fazendo essa conta você vai ter que no perÃodo tem 12,32% de juros, nesse perÃodo aÃ, ao perÃodo, ap. Bom, se você tem nesse perÃodo que é de 167 dias úteis, 12%, 12,32%, fica muito difÃcil você comparar ao perÃodo com outro tipo de aplicação no mercado financeiro. Por quê? Porque as aplicações no mercado financeiro geralmente elas são comparadas ao mês, ao ano. Esse rendimento é de 2% ao mês. Beleza. Você tem outro rendimento, esse rendimento é de 9% ao ano, fica fácil de comparar. Agora, se alguém chegar para você, olha, esse rendimento aqui é de 12,32 ao perÃodo fica confuso. Então o que você precisa fazer? Converter a taxa para uma frequência de tempo. Então você faz a taxa que você quer, no caso ao ano, vai ser igual mais a taxa efetiva que você tem, elevado ao que você quer, então você quer ano, 252, dividido pelo perÃodo que você tem, menos. Fazendo esse cálculo você tem que a taxa ao ano é de 19,162293% ao ano over, ao ano o útil. E por último aqui, tendo mais uma ideia acerca dessas operações, uma instituição financeira pretende entrar no leilão de uma letra do Tesouro Nacional com prazo de 58 dias corridos. E nesses 58 dias corridos tem 42 dias úteis. Desde que a taxa acima fique num valor superior a 12,50 ao ano, pergunta-se: qual deve ser o valor da PU aceita para a instituição financeira participar do leilão? Bom, fazendo o cálculo você vai ter que o valor final é de mil, o valor de face de mil, dividido por mais a taxa exponenciando o tempo. De novo, a mesma conta. Então vai ser mil dividido por 1,250 elevado a 42 de 252. Os 58 dias corridos que está aà você pode pular, você vai usar os dias úteis. Isso daà deu 980,56. Então a instituição financeira ela vai participar dessa operação se ela puder comprar o papel abaixo de 980,56. Porque quanto mais baixo for isso, maior é o rendimento juros. [MÚSICA]