[MÚSICA] Olá, meu nome é Lina Nakata. Sou professora da FIA Business School e faço parte da PWN São Paulo, Professional Women Network, uma associação global que contribui para o desenvolvimento de mulheres e para o seu crescimento tentando alcançar a liderança balanceada. No cursos Vieses Inconscientes e Comportamentos, teremos alguns módulos que vão tratar de definições e exemplos, e como que a gente pode evitar esse tipo de problema no nosso dia a dia e também nas organizações. Na aula de viés inconsciente, nós vamos falar sobre alguns conceitos. Você acredita que tenha algum viés? Qual sentido? Viés é quando a gente pensa de jeito mas que provavelmente não é uma realidade. Só é uma percepção que nós temos. Na internet é muito comum a gente ter ali uma ilustração que mostra como cilindro 3D projetado. Quando a gente vê esse cilindro 3D projetado, dependendo do lado que você está, você pode ver retângulo ou você pode ver cÃrculo. Se eu estiver olhando o cilindro de uma forma projetada de lado do cilindro, eu vou ver realmente retângulo. Só que se eu estiver olhando pela base desse cilindro, e ali projetando a frente eu vou enxergar cÃrculo. Nenhum nem outro está errado, depende muito de qual é o nosso ponto de vista. Então, se eu vejo ali de lado esquerdo ou do lado direito eu vou ver figuras diferentes. Só que a figura ali que é a realidade é a mesma. E isso também acontece no dia a dia. De qual lado que eu estou quando eu vou observar alguma coisa, Quando eu vou observar uma pessoa, o comportamento dessa pessoa, ou alguma situação? Eu vou ter sempre o meu julgamento, porque eu sou ali o indivÃduo que tem uma origem que tem uma nacionalidade, que tem tipo de educação, que tem conjunto de valores, que tem ali crenças, e tudo isso vai fazer com que eu enxergue as coisas com a minha lente. Essa minha lente é o que traz também esse viés inconsciente. Porque inconscientemente eu posso entender alguma coisa de jeito ou de outro. E é ai que eu digo não existe errado ou certo, depende dessa minha lente que eu vou enxergar as coisas de formas distintas. Então, aqui para definir vieses inconscientes são preconceitos incorporados no nosso dia a dia. E esses preconceitos nós temos justamente porque eles estão baseados estereótipos. Estereótipos são categorizações que nós costumamos fazer de uma forma automática, muitas vezes inconsciente, e aà a gente vai falar sobre gênero, sobre raça, sobre classe social, orientação sexual, idade, entre vários outros fatores. E aà gente pode ter vários exemplos. Por exemplo se eu vejo uma pessoa ali muito bem vestida, mulher. Eu posso ter vários tipos de julgamento relação a esse tipo de figura a esse tipo de imagem. O que será que ela faz, ou quê é que ela gostaria de fazer? Assim como se eu vejo homem também com outras categorias, pelas vestimentas, pelo seu comportamento, pela sua forma de agir, eu posso ter ali também alguns estereótipos por já ter visto pessoas mais ou menos parecidas com aquele biotipo que se apresenta, com aquele tipo de atitude, que está sendo mostrada pela pessoa. Assim como a gente vai entender alguns tipos de variáveis, e nessas multiplas variedades que nós temos a gente vai pensar nessas questões de diversidade, e classificar algumas dessas pessoas. Os neurocientistas apontam que o cérebro humano recebe onze milhões de bits de informação por segundo, ou seja, uma quantidade enorme de coisas, de volume de informações, e a nossa consciência tem uma clareza de apenas 5% a 10% de aquilo que acontece no nosso cérebro. Todo o restante acontece de uma forma inconsciente. O ser humano toma uma série de decisões no dia a dia, e várias elas acontecem no piloto automático. E aà é por meio de associoações e agrupamento de informações que acontecem de forma orgânica. Isso é o estereótipo. Como diz o pesquisador Dan Ariely, que é psicólogo norte americano bastante conhecido pelas suas obras, ele diz que isso quer dizer que não somos nós que tomamos muitas das decisões do nosso dia. Porque o que nós tomamos de decisões no dia a dia é a parte consciente, aqueles 5% a 10%, que a gente vai ter realmente é que grande parte das nossas ações e decisões, realmente acontecem por algo que nós não controlamos. Simplesmente vão acontecendo, são esses vieses inconscientes que trazem a tona as nossas decisões as nossas falas, as nossas atitudes. Tudo isso afeta aqueles julgamentos que nós fazemos e sem que a gente preste atenção. Como eu comentei, são esses preconceitos incorporados que muitas vezes a gente coloca ação no dia a dia. O psicólogo Marco Callegaro, afirma que esse nosso inconsciente é 200 mil vezes mais rápido que o nosso consciente, e ele também é muito mais potente. Ele vem muito mais rápido do que quando a gente se cobra a pensar sobre alguma coisa. Esse piloto automático é ágil e é prático, porém pode ser perigoso. Vou trazer aqui alguns exemplos de vieses inconscientes que nós costumamos ter no dia a dia. "As pessoas com deficiência não são competentes." Quando a gente vê, por exemplo, alguém que tem ali uma deficiência visual, algum cadeirante é muito comum que as pessoas tragam isso pelo inconsciente de que essas pessoas com deficiência não são competentes o suficiente. Outro exemplo, "Os negros não tem o mesmo conhecimento que os brancos." Então, a gente também costuma julgar pessoas negras de várias formas diferentes do que como julgamos brancos. Isso no dia a dia nas organizações, na rua, com os colegas, diariamente. E outro exemplo é "as mulheres não chegam a altas lideranças porque deixam a empresa para ter filhos." Muitas vezes existe ali a alta liderança de uma organização que nem sempre pergunta para uma mulher se ela quer ascender. Será que ela quer crescer? As vezes a própria empresa já tira conclusões por ela, entendendo que se ela tem filhos provavelmente prioriza a famÃlia, e ela não vai querer cargo importante dentro da empresa. A gente nem consulta, nem coloca na fila do processo sucessório. Todo cuidado é muito necessário, todos nós temos e vivenciamos todos esses vieses inconscientes. Só que quanto mais a gente exercitar, estudar sobre o assunto, mais podemos ficar alertas. Provavelmente não nos beneficiaremos daquela parte mais rápida e potente que o nosso próprio incosciente traz, só que é muito importante que a gente possa trazer essa reflexão no nosso dia a dia. Até mais. Até a próxima aula. [MÚSICA]